Anestesia em Paciente com Angioedema Hereditário
DOI:
https://doi.org/10.35753/rchsi.v3i2.27Palavras-chave:
Angioedema Hereditário, Bradicinina, AnestesiologiaResumo
Introdução: O angioedema hereditário (AEH) é uma doença genética autossômica dominante caracterizada por deficiência da enzima inibidora de C1-esterase (C1-INH). Na via inflamatória, a C1-INH controla a produção de bradicinina, regulando a vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Desta forma, os pacientes podem apresentar sintomas de angioedema não responsivo a antihistamínicos, corticoides e epinefrina. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, portadora de AEH, admitida para realização de Endoscopia Digestiva Alta (EDA). Em uso de ácido tranexâmico e anticoncepcional oral com progesterona. Solicitadas, em avaliação pré-anestésica, reserva de vaga em unidade fechada e plasma fresco congelado. Submetida a EDA sob anestesia geral venosa - sem intercorrências. Após o procedimento paciente apresentou edema em mãos e face, sendo administrado ácido tranexâmico 500mg, com melhora gradual do quadro. Paciente mantida em observação em unidade aberta sem novas crises, recebendo alta após 24 horas. Discussão: O AEH é uma patologia genética rara e, por isto, pouco conhecida pelos profissionais de saúde. Os pacientes podem apresentar quadro de angioedema na presença de fatores desencadeantes como estresse, alterações hormonais e procedimentos cirúrgicos. No contexto da anestesiologia, o conhecimento da patologia tem importância no manejo de possíveis complicações, como edema de vias aéreas. O manejo do quadro agudo é feito com reposição do concentrado de C1-INH, antagonistas do receptor de bradicinina, inibidores da calicreína ouplasma fresco e, em casos leves, ácido tranexâmico. Identificação precoce de possíveis complicações e instituição de terapêutica adequada são essenciais para garantir melhor prognóstico para estes pacientes.