Tempo de Fluxo Carotídeo como Preditor de Fluidorresponsividade: Revisão Narrativa

Carotid Flow Time as a Predictor of Fluidresponsiveness: A Narrative Review

Autores

  • Felipe Augusto Ribeiro Valadares
  • Elton Pereira de Sá Barreto Júnior

DOI:

https://doi.org/10.35753/rchsi.v4i1.69

Palavras-chave:

Artéria Carótida, Fluxo Carotídeo, Fluidorresponsividade

Resumo

A monitorização hemodinâmica constitui pilar essencial no manejo perioperatório de pacientes de alto risco e/ou em cirurgias de grande porte. A reposição volêmica deve ser idealmente guiada por metas, objetivando um melhor prognóstico dos pacientes. Ao longo dos anos, diferentes métodos para avaliação do débito cardíaco foram desenvolvidos a partir da introdução do catéter de Swan Ganz, que utiliza o princípio da termodiluição. Sistemas que analisam as curvas de pressão arterial e métodos ultrassonográficos ganharam espaço nos últimos anos. Nesse contexto, torna-se importante citar o uso do tempo de fluxo carotídeo corrigido, ainda com pequena evidência de validação na literatura, mas descrito como uma medida acurada de fluidorresponsividade, de simples e fácil execução. Foi realizada uma revisão de estudos sobre medidas de fluxo carotídeo como preditor de fluidorresponsividade nas plataformas PubMed e UptoDate, com estudos incluídos de 2015 a 2018. As medidas citadas nos estudos foram: fluxo sanguíneo em carótida, tempo de fluxo carotídeo e variação de velocidade de pico sistólico de carótida. Diversos trabalhos foram conduzidos em diferentes cenários na tentativa de correlacionar medidas de fluxo em artéria carótida com fluidorresponsividade. Em alguns deles, provas volêmicas foram realizadas, seja com soluções cristaloides ou através de “passive leg raise”, com variação significativa em medidas de fluxo na referida artéria. Em um cenário distinto, de hipovolemia aguda após trauma, o tempo de fluxo carotídeo diminuiu após a perda sanguínea. Em estudo mais recente, já considerando tal medida como acurada na predição de fluidorresponsividade, valores de cut-off foram determinados para os diferentes gêneros. Medidas de fluxo em artéria carótida representam medidas dinâmicas, não invasivas, de fluidorresponsividade, de modo que mudanças nessas medidas estão associadas a alterações no status volêmico. Contudo, estudos clínicos controlados e randomizados precisam ser realizados para confirmar a real acurácia do método.

 

Hemodynamic management is an essential mainstay in the perioperative of significant surgeries and high-risk patients. Volume replacement should be guided by goals, aiming at a better prognosis for patients. Over the years, the different methods for assessing cardiac output have been developed since the introduction of the Swan Ganzcatheter, which uses the principle of thermodilution. Systems that analyze blood pressure curves and ultrasound methods have gained ground in recent years. So, the use of corrected carotid flow time is an accurate measure of fluid responsiveness, simple and easy to perform, even with little evidence in the literature. We reviewed studies on carotid flow measurements as a predictor of fluid responsiveness on the PubMed and UptoDate platforms from 2015 to 2018. The measures cited in the studies were: blood flow in carotid, time of carotid flow, and speed variation systolic carotid peak. Several studies conducted attempt to correlate flow measurements in the carotid artery with fluid responsivenessin in different scenarios. In some studies, volemic tests were carried out, either with crystalloid solutions or through a “passive leg raise”, with significant variation in flow measures in the artery. The carotid flow time decreased after bloodloss in a different condition of acute hypovolemia after trauma. A recent study determined cut-off values for defferent genders, already considering this measure as accurate in predicting fluid responsiveness. Flow measurements in the carotid artery represent dynamic, non-invasive, fluid responsiveness measures, so that changes in these measures are associated with changes in fluid status. However, controlled and randomized trials need to be carried out to confirm the real accuracy of the method.

Publicado

2020-05-11