Infarto do Ventrículo Direito: Uma Revisão da Literatura

Autores

  • Paulo J.B. Barbosa

DOI:

https://doi.org/10.35753/rchsi.v6i1.249

Palavras-chave:

Infarto do Ventrículo Direito, Intervenção Coronária Percutânea, Trombólise, Prognóstico

Resumo

O infarto do ventrículo direito (IAMVD), geralmente, resulta da oclusão proximal da coronária direita, estando presente em 30 a 50% dos casos dos infartos agudos do miocárdio de parede inferior. Frequentemente, suspeita-se do IAMVD nos pacientes que se apresentam hipotensos, com sinais de congestão venosa e sem evidências de congestão pulmonar. Todavia, muitas vezes, este quadro clínico caraterístico não está presente e o diagnóstico advém da documentação do supradesnível de ST nas derivações precordiais direitas, notadamente V4R, que costuma regredir precocemente. Outras vezes, o diagnóstico origina-se de achados de comprometimento do ventrículo direito (VD) a partir de exames de imagem como o ecocardiograma e, menos frequentemente, pela ressonância nuclear magnética ou pela venticulografia por radioisótopos. A disfunção do VD, em geral, regride com o tempo, mesmo em pacientes sem tratamento de reperfusão. Todavia, a reperfusão com trombolíticos e, principalmente, com a angioplastia primária promovem uma rápida recuperação da função ventricular direita. Na fase aguda, devem ser evitadas drogas que reduzam o retorno venoso (nitratos, diuréticos e morfina) e a reposição volêmica pode ser suficiente para reverter a hipotensão. Alguns pacientes necessitam da infusão de agentes inotrópicos para corrigirem a hipotensão e os sinais de baixo débito. O óxido nítrico inalado, um potente vasodilatador que promove uma importante queda da resistência vascular pulmonar, pode ser uma medida útil em pacientes com grave comprometimento hemodinâmico por falência do VD. O uso de dispositivos mecânicos de assistência circulatória dedicados ao VD é uma medida extrema, com pouca experiência acumulada no contexto do infarto de ventrículo direito. Muitos estudos mostram que a ocorrência do IAMVD, em pacientes com infarto de parede inferior, confere um maior risco de complicações e mortalidade. Porém, o evidente papel da reperfusão na recuperação precoce da disfunção do VD tem modificado este prognóstico.

Publicado

2022-05-13